Mais um texto maravilhoso da Ana Paula Ramos, onde pode ser feita uma verdadeira reflexão sobre certezas, por favor peço compartilhem, pois eu acredito que tenham muitas pessoas que precisam de uma leitura como esta. ❤️ Pura gratidão Ana pelo seu trabalho.

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VOCÊ JÁ PODE PARAR DE QUERER SER PERFEITO – SOBRE TUDO O QUE EU APRENDI QUANDO JOGUEI FORA AS MINHAS CERTEZAS.

“Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente”.

(trecho do discurso “Cidadania em uma República” ou “O Homem na Arena”, proferido por Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910).

Passei a vida inteira tentando ser a pessoa que eu achava que deveria ser, interpretando papéis de acordo com as circunstâncias, lutando para superar as expectativas criadas, buscando alcançar um ideal de sucesso e de felicidade que, lá no fundo, não era o meu. Desde ser a “garota perfeitinha” até ser a pessoa forte e muito segura de si, que nunca precisava de ajuda para nada, criei armaduras e muletas que, a bem da verdade, tentavam contornar e vencer as minhas vulnerabilidades todas, de forma que eu me sentisse completamente pronta e à prova de balas para entrar na arena da vida e ousar arriscar qualquer coisa. Eu precisava de garantias e certezas absolutas de que eu não me machucaria caso topasse me expor de alguma maneira. Eu precisava do momento perfeito, da situação ideal, do lugar confortável e seguro que me diria o tempo todo: “Não se preocupe, está tudo sob controle”. Eu precisava ter o controle de todas as coisas, saber que tudo sairia exatamente como o planejado, que eu não sofreria, que eu não me machucaria, que eu não me decepcionaria com nada nem ninguém, do contrário, seria loucura arriscar.

Em busca de uma perfeição que nunca vai existir, durante muito tempo da minha vida, escondi todas as minhas sombras debaixo do tapete e não me permiti ficar vulnerável nem para mim mesma. Era como se eu usasse um escudo que me protegia de todas as coisas ruins que pudessem acontecer, mas que, por outro lado, me afastava e me impedia de enxergar todas as coisas boas também. Eu não ousava entrar na arena da vida, eu só observava. E, ao ser sempre plateia, eu mesma me impedia de viver de verdade.

Sobre viver com ousadia

Ao fazer uma retrospectiva da minha vida e do que aprender a viver com ousadia provocou em mim, percebo que aquele medo profundo que todos temos de errar, de ser depreciados e de nos sentirmos menores e inferiores do que as outras pessoas é o que nos impede de assumir riscos indispensáveis para uma vida plena. Quando você cria um escudo contra o risco, a desilusão, o fracasso, o sofrimento ou o que for, você também está criando a sua armadura contra as conquistas significativas, os aprendizados valiosos, a alegria, a vitória e todas as coisas boas que trariam mais propósito e mais sentido à sua existência.

Nada é mais incômodo, doloroso e perigoso do que constatar que estamos do lado de fora da nossa vida, olhando para ela sem enxerga-la de fato, imaginando como seria viver apesar de todos os “e ses” que surgem no nosso caminho, com coragem para se mostrar e se entregar por inteiro a todas as lutas e desafios que fazem parte de qualquer processo de aprendizagem, evolução e crescimento pessoal.

Não há esforço sem erros e decepções

Todas as minhas escolhas na vida, por mais erradas que tenham parecido, foram as grandes responsáveis por me trazerem até aqui, por fazerem de mim quem eu sou hoje, por me ensinarem uma porção de coisas que, talvez, somente pelo amor, eu não teria aprendido. Se a dor existe, é porque ela tem uma razão de ser na nossa vida, é porque há de se aprender com ela uma infinidade de coisas sobre o mundo e sobre nós mesmos; coisas que fazem parte da jornada de todo aquele que se dispõe a entrar na arena da vida mesmo sem ter garantias e certezas absolutas do que vai acontecer.

Uma vez li uma entrevista de um atleta que dizia que foram as porradas que ele levou da vida que o fizeram mais forte. Que, talvez, ele não tomaria consciência do quanto era capaz de se superar e de fazer coisas incríveis se não tivesse sido tão desafiado daquela maneira. É isso. Às vezes a gente só se dá conta da força que tem quando é obrigado pela vida a ser realmente forte.

Por quantas vezes pensei que não aguentaria passar por uma situação – e tentei de todas as formas me proteger dela, adiar e inventar desculpas para não enfrentá-la – até perceber que ela sempre se repetiria na minha vida até que eu finalmente pudesse encará-la e aprender com ela? E por quantas vezes, ao enfrentar esse “monstro”, descobri que ele era muito mais assustador na minha cabeça, que eu era muito mais forte e mais capaz do que imaginava, que eu não tinha a menor ideia da força que eu tinha até ser desafiada a entrar na arena da vida e enfrentar o que quer que seja?

Sim. Você vai se machucar em alguns momentos. Pode ser que tenha que catar os caquinhos todos do chão e, mesmo ferido, levantar e seguir em frente. Pode ser que decepcione alguém. Pode ser que seja decepcionado também. Pode ser que tente algumas coisas que não vão dar certo. Ou que muitas coisas que imaginou não saiam exatamente da maneira que você esperava. Pode ser que te julguem. Que te critiquem. Que debochem dos seus sonhos. Que coloquem entraves no seu caminho. Que não acreditem nas suas ideias. Que não correspondam aos seus sentimentos. Pode ser que você perca algumas batalhas, que pense em desistir algumas vezes, que se sinta perdido, desmotivado ou mesmo incapaz de seguir em frente apesar de toda a sua vontade de fazer acontecer. Pode ser que não se julgue bom o suficiente, ou que se julgue e se critique demais.

Pode ser tanta coisa… Mas você só saberá o que vai acontecer e só aprenderá com todas essas experiências quando se permitir viver com ousadia e se aventurar na arena da vida.

O Universo é da dualidade, o que significa dizer que as coisas só existem no mundo porque existem os seus contrários. Se não fosse a existência do que consideramos ruim, como saber que existe o bom? Muitas vezes, nos revoltamos com um montão de coisas sem nos darmos conta de que, se não fossem elas, não aprenderíamos e não valorizaríamos muitas das experiências que fizeram de nós quem nós somos hoje, que nos prepararam para enfrentar novas e mais incríveis batalhas, que nos mostraram o quanto podemos, o quanto conquistamos, o quanto temos coragem para agir diante de qualquer situação, mesmo que sintamos medo.

Não desperdice alegria

Se tem uma coisa que aprendi na vida, ao entrar na arena mesmo sem ter garantias e certezas absolutas da vitória, é que a alegria nos visita em momentos comuns. Às vezes, de tão preocupados e ocupados em perseguir o que julgamos extraordinário, nos esquecemos de que a vida acontece todo dia, de que o tempo presente, o agora, por si só, já é extraordinário e incrível pelo simples fato de nos permitir o recomeço, e de que são os momentos mais singelos, aqueles que a gente nem presta muita atenção, por achar que “não tem nada de mais”, que vão se transformar nas nossas lembranças mais queridas e saudosas.

Não considere o que você tem ou o que você faz banal e corriqueiro, porque não é. Pode ser que o grande feito que você tanto idealiza te gratifique menos do que o simples abraço que você deu numa pessoa que precisava se sentir acolhida. Ou que o sorriso largo e sincero de alguém faça muito mais efeito em você do que qualquer megacurso de desenvolvimento pessoal que você compre por aí.

As pessoas não precisam de muito para se sentirem mais alegres, amadas e compreendidas nos seus anseios, medos e entraves na vida. Elas só precisam do suficiente. E o suficiente, muitas e muitas vezes, pode estar num pequeno gesto de empatia.

Viver com ousadia e plenitude não tem nada a ver com ganhar ou perder, mas, sim, com ter coragem para arriscar.

Às vezes, a coisa mais importante e mais corajosa a se fazer é simplesmente estar.

❤️ SOBRE A AUTORA

Personal & Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, formação certificada internacionalmente pelo BCI (Behavioral Coaching Institute). Escritora criadora do blog de crônicas Cookies and Words e autora dos e-books “O Caderno de Ágape” (romance) e “Transformação – dez razões para abraçar a vulnerabilidade” (desenvolvimento humano). saiba mais…

Para conhecer mais sobre o trabalho da Ana Paula acesse o site: http://www.anapaularamos.com

***Eu sou simplesmente apaixonada no trabalho da Ana Paula Ramos e claro que eu pedi autorização para compartilhar seus textos aqui no blog. Os textos da Ana são fontes de inspiração e reflexão, foi por este motivo que achei válido demais trazer a beleza do trabalho dela para esse espaço cheio de gratidão e amor. Quer saber mais sobre a Ana?!? Dêem uma olhadinha no link de apresentação e conheça o trabalho maravilhoso que ela faz. Ana GRATIDÃO, por permitir que eu compartilhe seu trabalho aqui. Sucesso, você merece tudo de lindo! 

Mias um texto lindo e verdadeiro da Ana.  Espero que o trabalho dela também possa fazer com que você reflita e traga algo de bom para o seu dia a dia, assim como eu faço com os meus.

Muito obrigada, fiquem com Deus e até mais.

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